Gatas & Games

Desde criança, meninas foram criadas para brincar de bonecas e meninos de carrinho. Quando cresceram, mamãe e papai compraram o primeiro videogame e os irmãozinhos sempre jogavam juntos. A irmã era ruim de doer, mas o irmão jogava bem. Sabia o que faziam os personagens, como passava de fase, itens,quests, enfim… A irmãzinha acaba sempre jogando corrida no modo multiplayer até perder e o menino roubar o controle de sua mão e não deixá-la jogar mais. Minha infância foi assim e acredito que a infância de muitos leitores também. O problema é que eu era a irmã que conseguia zerar Zelda: Ocarina of Time, matava geral em Perfect Dark e Goldeneye e acabava ganhando do meu irmão e dos meus amigos nos jogos de corrida. Apesar disso, nunca fui boa em jogos de luta e futebol até porque, não gostava.

Em meados de 2002, passei da televisão pro computador e assim comecei a jogar por lá. Ainda com a famigerada conexão discada, conheci o mundo do RPG através dos famosos (na época) Chat da UOL e Terra. Logo percebi que a maioria esmagadora dos players eram homens, mas isso nunca me impediu de nada, ao contrário, eu até gostava porque acabava sendo estrelinha. Joguei Vampiro: A Máscara,Cavaleiros do Zodíaco[bb], Bakumastu até encontrar o meu maior karma: os MMORPGs. Enquanto o mundo era colorido no videogame, já nesses tipos do jogo o preconceito contra garotas rolava solto. Primeiro porque na visão masculina, é impossível existir garotas gamers. Ou se existirem, já são taxadas de fake, shemaleattention-whore e por aí vai. E o pior, se a garota joga bem é aí sim que o bicho pega.

Liderei durante seis anos um clã no Ragnarok Online juntamente com outras duas garotas e nesses anos ouvi de tudo. Impressionante como os homens duvidam da nossa capacidade em relação a jogos. Apesar de sermos poucas, existimos e sim, (em alguns casos) jogamos até melhor que os homens. Não é porque somos mulheres que vamos escolher sempre o personagem mais fácil ou a mais fofinha do jogo. Nem todas gostamos de jogar com a Chun-Li no Street Fighter, Princess Peach no Mario ou Healer nos MMORPGs. Jogamos sim com personagens masculinos e vocês nem sabem. Isso se chama hefemale.

Enfim, o que quero dizer é que há muitas garotas legais que jogam os mesmos jogos que vocês e a única coisa que fazem é degradá-las. Não conheço casos de mulheres que ganharam campeonatos de videogame ou qualquer coisa parecida, mas pelo menos participaram (como eu) e derrotaram vários machos. Ao invés de reprimi-las, deveríamos todos jogar cada um seu jogo porque, de repente, aquela garota que você duvidava da capacidade e ainda por cima trollava, acabou de te matar, roubou seu castelo e agora tá te trollando também.

Texto de: @ruivadefarmacia

 

Extraido de: http://nerdeliciouss.com/ (Recomendo) 

Sobre Saulo Maia

Apreciador do mundo RPGistico e das coisa q o cercam, Nerd com orgulho e Geek de coração, atualmente estudando Tecnologia em Analise e Desenvolvimento de Sistemas, adorador de minha familia e Pilar de toda Loucura.
Esse post foi publicado em GAMES, GatasNerds, Jogos, Nerdices e marcado , , , . Guardar link permanente.

Deixe um comentário